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Desde que me curei da depressão, aprendi uma receita nova para mudar meus pensamentos e comportamentos, que foi através da reflexão. Sempre busco refletir e entender o porquê de tudo,principalmente quando estou enfrentando situações difíceis no meu caminho.

Acredito que nada na nossa vida, principalmente as situações de conflitos e dificuldades, devam passar despercebidas por nós.

Quando enfrentamos situações difíceis, crises pessoais e profissionais, problemas em relacionamentos, etc, devemos buscar honestamente e abertamente as respostas dentro de nós mesmos.

Também aprendi que para que essa receita de reflexão dê certo, precisamos de um segundo ingrediente: a auto responsabilidade! Ou seja, somente EU sou responsável pelos resultados que tenho na minha vida (independente do setor pessoal, profissional, financeiro, saúde, relacionamentos, lazer, espiritual, etc). E,  gosto de deixar bem claro que, resultados é consequência de nossas ações e não dos acontecimentos (muitas vezes involuntários que a vida nos acomete). Isso quer dizer que, se algo de força maior nos acomete, não temos mesmo o controle sob o fato, mas cabe a nós ficar lamentando ou entrar em ação para buscar a solução… e mesmo quando estamos diante de algo sem solução, podemos ainda fazer algo para que os dias sejam mais leves e nossos resultados, diante daquele tema em específico, seja mais positivo.

Na época da depressão, um dia estava conversando com meu psiquiatra lamentando profundamente da solidão que eu sentia… meu marido era consultor na época, viajava a semana toda por todo o país, minha família morava em outra cidade e eu passava meus dias e noites sozinha. Se eu quisesse ir jantar no shopping, ia sozinha, se quisesse ir ao cinema, tinha que ir sozinha… me sentia completamente só, desamparada e sem suporte emocional de ninguém (lembrando que eu estava doente de verdade). Para minha surpresa, o médico olhou bem nos meus olhos e me disse duramente: “Renata, quem você está esperando para te tirar do fundo do poço?” Eu brava fiquei uns segundos pensando na pergunta… “Como assim Dr.?” e ele prosseguiu.. “Você não está entendendo que seu marido pode ficar ao seu lado segurando nas suas mãos dia e noite, sua mãe e família podem morar na mesma cidade e lhe fazerem visitas frequentes, que se VOCÊ não quiser sair daí de onde você está… nunca se sentirá apoiada e amparada.”

Aquela frase, há 7 anos atrás, até hoje não me sai da cabeça. Toda vez que percebo que estou “esperando” alguém fazer algo por mim, rapidamente, retomo meus pensamentos e ações para a direção que escolhi e sigo em frente.

Estou falando tudo isso, porque realmente acredito que nossos resultados dependem de nossas escolhas e das nossas ações. Não devemos dar essa responsabilidade nas mãos de ninguém, porque ninguém é capaz de nos tirar do “fundo do nosso poço”.

Por isso esse evento da pandemia, me fez refletir sobre 3 aprendizados mega importantes que podemos ter com essa fase, na verdade, acrescentaria o 4º aprendizado, mas falarei sobre ele em outro post só voltado para a carreira, que são eles:

1. PRECISAMOS cuidar da nossa saúde emocional e mental:

 

Isso quer dizer, que precisamos desenvolver o autoconhecimento, ou seja, nos conhecermos melhor, sabermos lidar com nossas emoções, conhecermos aquilo que nos fazem bem e também aquilo que nos fazem mal. Sabermos voltar nossos pensamentos para aquilo que é bom para nós, que é o nosso combustível, para nos refugiarmos neles nos momentos de dificuldade.

Eu digo sempre para meus clientes, é tão gostoso quando nos conhecemos… porque se conhecer não é se julgar… é simplesmente saber aceitar nosso jeito, sem autocríticas, sem auto sabotagem, sem nos inferiorizar. Quando entendemos o porque de nosso funcionamento, ganhamos mais leveza diante de situações que nos causam sentimentos negativos, ganhamos mais autoridade sobre nossas decisões e passamos a nos sentirmos mais normais e, consequentemente, nos tornamos mais leves.

Autoconhecimento nesse momento de isolamento, nos ajuda a buscar recursos para nos refugiarmos, nos acolhermos, nos reequilibramos e também de nos motivarmos. Através dele, sabemos o momento de cessar uma discussão, de trocarmos de ambiente, de termos conversas abertas e sinceras, de pedirmos para o outro aquilo que realmente está nos fazendo falta. Sabemos nos posicionar diante daquilo que é importante para nós e acima de tudo, não permitimos que nada que seja nocivo à nossa saúde mental e emocional, nos anule. Por isso, esse, na minha opinião é o aprendizado número 1.

 

2. PRECISAMOS cuidar da nossa saúde financeira:

 

Isso quer dizer que precisamos aprender sobre finanças pessoais e, certamente, quando possuímos autoconhecimento isso também contribuirá para tomarmos decisões certas quando precisarmos gastar nosso dinheiro, com mais objetividade, sem nos deixarmos levar pelas emoções descabidas… porque sim! Quem nos domina quando vamos às compras são as nossas emoções. Se tivermos definido dentro de nós aquilo que realmente precisamos, iremos consumir menos, sem precisar “de provas sociais” e teremos mais chances de trabalharmos o nosso dinheiro a favor daquilo que realmente importa para nós.

Quem aí, nessa fase de quarentena não se arrependeu de ter um guarda roupa cheio de peças compradas por impulso? Quem aí não se arrependeu do dinheiro gasto com superficialidades, sem ter pensado em poupar para o futuro? Quem aí não está desesperado, fazendo promessas de reduzir os gastos a partir de agora? Temos que ser auto responsáveis nesse setor da vida também e entender que cabe somente a nós definir o que são gastos essenciais e superficiais… e isso não quer dizer que não podemos mais comprar algo que realmente gostamos,  mas podemos começar a pensar melhor antes de comprar. Que tal começarmos a perguntar: “Eu realmente preciso disso? Isso é essencial para esse momento?”

Outro tema, é aprendermos a lidar com as nossas finanças pessoais. Hoje em dia existem vários cursos online Gratuitos, que podem te ajudar a iniciar essa jornada.

Por isso, insisto, com autoconhecimento e sabendo lidar com nossas finanças pessoais teremos maiores chances de estarmos mais tranquilos e equilibrados numa fase como essa. Sem falar que quando aprendemos a trabalhar com nosso dinheiro, vamos dando mais valor à ele e isso também contribui nos gastos com mais cautela.

 

3. PRECISAMOS  cuidar da nossa saúde física:

 

Quando falo de saúde, não é só fazer o check-up anual do ginecologista ou cardiologista. Eu falo cuidar da saúde no geral, tais como, fazer uma atividade física com regularidade. Por exemplo, pode ser uma caminhada no parque ou na avenida próxima a sua casa, andar de bike, fazer aula de dança, natação, luta, corrida, etc, além também de reavaliarmos nosso estilo de vida, ou seja, nossos hábitos alimentares, horas de sono, frequência de ingestão de bebidas alcoólicas ou refrigerantes, etc. Eu não estou dizendo aqui que não podemos enfiar o pé na jaca de vez em quando, comer um hambúrguer suculento, tomar uma cervejinha gelada, ou comer aquela pizza cheia de queijo. O intuito aqui é falarmos de equilíbrio.

Você sabia que quem pratica atividade física, tem a imunidade mais forte? E você nem precisa ser atleta, basta fazer sua caminhada 4 vezes por semana.

Nosso corpo é igual ao motor de um carro, isto é,  se utilizarmos sempre da sua máxima potência, se não trocamos o óleo e fazemos a manutenção periódica, ele funde! Então não adianta acharmos que jovem não precisa cuidar da alimentação e que fazer atividade física é só para quem tem problema de coração ou está com sobrepeso, por falar nisso, infelizmente a maior parte da população do nosso país está com sobrepeso. A gordura no nosso corpo é um processo inflamatório… imagina que seu corpo está sempre organizando o exército interno para combater o inimigo (que é a inflamação vinda da gordura corporal)… tadinho do nosso organismo=/. Imaginem o quanto ele não se sobrecarrega fazendo esse processo e colocando nossos “soldadinhos” internos para uma luta contra inimigos (vindos da gordura ruim acumulada) que consumimos diariamente? Porque, todos nós sabemos que o nosso organismo não queima a gordura sozinho sem que aceleremos o metabolismo através da alimentação rica em fibras, proteínas e atividade física. Vejam quantas mortes tivemos nessa pandemia e quem eram os grupos de riscos? Podemos reverter isso, se cuidarmos mais da nossa saúde já, assim saberemos que estamos mais fortalecidos nessas fases de epidemias e pandemia.

 

Eu sou o tipo da pessoa otimista e que acredita nas pessoas. Acredito muito que até as pessoas que agem de maneira diferente (ou inadequada) tem seus motivos mais profundos para serem do jeito que elas são. Por isso, tento na medida do possível, me ausentar de julgamentos, pois “sei na pele”, o que uma dor emocional causa nos nossos padrões de pensamentos, influencia na nossa auto imagem e moldam nossos comportamentos.

Então o intuito desse post é trazer reflexão, pois essa, foi a reflexão despertada em mim logo no início da pandemia. Agora, depois de mais de um mês em isolamento social venho fazendo diversas outras reflexões e tive muitos outros insights sobre esse momento, sobre minha carreira, o formato do meu trabalho, os cuidados com a minha saúde e minha vida pessoal.

Também tenho percebido o quanto estamos sendo mais tolerantes e mais flexíveis, por estarmos trabalhando em casa. Estamos pensando mais no próximo, sendo mais solidários. Até as grandes empresas que estão sendo obrigadas a trabalharem com atividades de home office, estão se redescobrindo em seus modelos de contratações, reavaliando as atividades de diversos colaboradores e colocando em prática diversas ações voltadas para pessoas.

Como eu disse que sou otimista,  acredito que estamos em constante evolução! Espero que essas minhas reflexões possam despertar em você alguns insights e que cada um a seu modo, no seu tempo e com as suas necessidades possam se despertar para suas melhores versões.

 

Fiquem todos em casa e cuidem-se!

Renata F. Barros.

Especialista em Desenvolvimento de Carreira

Master Coach & Analista Comportamental

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